Existem
vários e muitos inúmeros tipos de dependência, como por exemplo, a dependência
de relacionamentos, sexo, chocolates, compras, internet, jogos, trabalho, estudos,
dependência química... enfim, muitas e muitas maneiras de nós seres humanos
manifestarmos alguma patologia, onde buscamos “algo” que nos proporcionam uma
ilusória sensação de bem –estar, preenchimento, que causam dependências
psíquicas ou físicas, em uma necessidade compulsória da continuidade e
progressão de tal Ato/Uso.
Neste
blog vamos iniciar falando da dependência química que nada mais é q a dependência
de qualquer substância psicoativa, ou seja, qualquer droga que altere o
comportamento e que possa causar dependência (álcool, maconha, cocaína, crack,
medicamentos emagrecedores, calmantes indutores de dependência ou "faixa
preta" etc.). A dependência se caracteriza por o indivíduo sentir que a
droga é tão necessária (ou mais!) em sua vida quanto alimento, água, repouso,
segurança... quando não o é!
A Organização Mundial de Saúde reconhece as
dependências químicas como doenças. Uma doença é uma alteração da estrutura e
funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. A doença da
dependência não é culpa do dependente; o individuo somente pode ser responsabilizado
por não querer o tratamento, se for o caso. Não é culpado pela doença mas sim responsável pelo tratamento. Exatamente da mesma maneira que
poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos
prescritos ou seguir a dieta necessária. Dependência química não é simplesmente
"falta de vergonha na cara" ou um problema moral, é sim uma doença
incurável, progressiva e fatal.
As dependências
químicas não têm uma causa única, são vários fatores que atuam ao mesmo tempo,
sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele dependente específico
que em outro, existe uma predisposição física e emocional para a dependência, que
é própria do indivíduo. E vivendo como um dependente, acaba tendo como
conseqüência uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais,
emocionais... etc...
O dependente químico, esteja ou não em
recuperação, esteja ou não bebendo ou usando outras drogas, sempre será um
dependente. Não existe cura para a dependência: nunca o paciente poderá beber
ou usar outras drogas de maneira controlada. Por isso o dependente estará em recuperação pela vida toda, ou
enquanto quiser se manter em abstinência (sem uso).
Apesar de não poder usar álcool ou
outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", o
dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito
bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa. É importante notar
que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero
desejo do dependente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser
se tratar. O importante alem de vontade, desejo de se manter abstêmio, o
dependente deve ver abstinência como
PRAZER e não como FARDO.
O primeiro passo, para estar em
recuperação é querer não usar e por conseqüência parar de usar, não
podemos esperar que algo funcione para nós se as nossas mentes e corpos ainda
estiverem intoxicados pelo álcool e outras drogas. Pois intoxicado perde a
critica e capacidade pensar e agir.
Acredito
q o tratamento não deve visar apenas a desintoxicação, a libertação física.
Pois assim, o deixar de usar drogas, corre o risco de que nas adversidades, o
dependente busque, recorra às drogas. O
tratamento vai alem, muito alem do simples fato de parar de usar. A abstinência persevera quando acontece
mudança interior, mudança de comportamento, ou seja, o dependente busca ajuda
no seu interior, para descobrir um novo caminho. Tratamento é pensar na vida a
fim de resgatar de forma autêntica a experiência do EU, é o dependente
recomeçar a gostar de si mesmo, é valorizar a vida. Mudando a si, e ao mesmo
tempo muda seu posicionamento no social. Pois o dependente durante o uso se
distanciou de valores essenciais.
TRATAMENTO = TRATAR-SE
PAULA REMANASCHI
(consultora em dependência)
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