quarta-feira, 14 de setembro de 2011

DEPENDENCIA DEPENDENTE

Existem vários e muitos inúmeros tipos de dependência, como por exemplo, a dependência de relacionamentos, sexo, chocolates, compras, internet, jogos, trabalho, estudos, dependência química... enfim, muitas e muitas maneiras de nós seres humanos manifestarmos alguma patologia, onde buscamos “algo” que nos proporcionam uma ilusória sensação de bem –estar, preenchimento, que causam dependências psíquicas ou físicas, em uma necessidade compulsória da continuidade e progressão de tal  Ato/Uso.

Neste blog vamos iniciar falando da dependência química que nada mais é q  a dependência de qualquer substância psicoativa, ou seja, qualquer droga que altere o comportamento e que possa causar dependência (álcool, maconha, cocaína, crack, medicamentos emagrecedores, calmantes indutores de dependência ou "faixa preta" etc.). A dependência se caracteriza por o indivíduo sentir que a droga é tão necessária (ou mais!) em sua vida quanto alimento, água, repouso, segurança...  quando não o é!  

A Organização Mundial de Saúde reconhece as dependências químicas como doenças. Uma doença é uma alteração da estrutura e funcionamento normal da pessoa, que lhe seja prejudicial. A doença da dependência não é culpa do dependente; o individuo somente pode ser responsabilizado por não querer o tratamento, se for o caso. Não é culpado pela doença  mas sim responsável pelo  tratamento. Exatamente da mesma maneira que poderíamos cobrar o diabético ou o cardíaco de não querer tomar os medicamentos prescritos ou seguir a dieta necessária. Dependência química não é simplesmente "falta de vergonha na cara" ou um problema moral, é sim uma doença incurável, progressiva e fatal.

As dependências químicas não têm uma causa única, são vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele dependente específico que em outro, existe uma predisposição física e emocional para a dependência, que é própria do indivíduo. E vivendo como um dependente, acaba tendo como conseqüência uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais... etc...

O dependente químico, esteja ou não em recuperação, esteja ou não bebendo ou usando outras drogas, sempre será um dependente. Não existe cura para a dependência: nunca o paciente poderá beber ou usar outras drogas de maneira controlada. Por isso o dependente  estará em recuperação pela vida toda, ou enquanto quiser se manter em abstinência (sem uso).

Apesar de não poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", o dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do dependente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser se tratar. O importante alem de vontade, desejo de se manter abstêmio, o dependente deve ver  abstinência como PRAZER e não como FARDO.

O primeiro passo, para estar em recuperação é querer não usar e por conseqüência parar de usar, não podemos esperar que algo funcione para nós se as nossas mentes e corpos ainda estiverem intoxicados pelo álcool e outras drogas. Pois intoxicado perde a critica e capacidade pensar e agir.

Acredito q o tratamento não deve visar apenas a desintoxicação, a libertação física. Pois assim, o deixar de usar drogas, corre o risco de que nas adversidades, o dependente busque, recorra às drogas.  O tratamento vai alem, muito alem do simples fato de parar de usar.  A abstinência persevera quando acontece mudança interior, mudança de comportamento, ou seja, o dependente busca ajuda no seu interior, para descobrir um novo caminho. Tratamento é pensar na vida a fim de resgatar de forma autêntica a experiência do EU, é o dependente recomeçar a gostar de si mesmo, é valorizar a vida. Mudando a si, e ao mesmo tempo muda seu posicionamento no social. Pois o dependente durante o uso se distanciou de valores essenciais.

TRATAMENTO = TRATAR-SE 

PAULA REMANASCHI
(consultora em dependência)

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